
Quem, como eu, vive na Madeira e gosta de cozinhar, sabe que há certas coisas que, ou se trazem de fora ou se encontram no Sá. Sim, porque só no Sá se encontra(va) aquele chutney de manga, ou aqueles papadous indianos.
Para quem gostava de cozinhar caril era também ali que se encontravam uns fantásticos potes de caril em pasta (semelhantes ao da imagem) que tornavam o processo culinário tão mais fácil e saboroso. Pois era. Era assim. No outro dia percorri os vários Sá da região e a resposta foi invariavelmente a mesma, Ninguém compra isso, sabe, fica a estragar-se nas prateleiras. Talvez encontre algum que ninguém tenha comprado na Ribeira Brava...
Mais depressa fui a Lisboa do que à Ribeira Brava (aconteceu) e toda confiante parei no gourmet do Corte Inglês que quer dizer, tem tudo. Mas não, nem tinham, nem alguma vez tinham ouvido falar em semelhante pasta. Ainda a salivar por um caril de gambas conclui que havia um sítio que claro que teria porque era Sá, mas para muitas mais pessoas, o do Campo Pequeno. A esperança durou pouco porque a resposta foi exactamente a mesma que me deram no Funchal, ninguém compra, os últimos foram para o lixo porque passaram a validade. A diferença é que ali continuam a insistir, volte na 5ª que já teremos aqui na prateleira. E eu, que não podia volta na 5ª, sai cabisbaixa porque também eles um dia vão deixar de encomendar os frasquinhos que permitem fazer aquele fantástico caril.
Por isso o apelo, quando virem os ditos, comprem! Acreditem que com muito pouco trabalho, fazem um figurão a la chef.