Thursday, November 30, 2006

Gosto...

...do Outono, das primeiras brisas frescas que chegam no ar, da roupa quente, do calor de um abraço, da conversa acompanhada de um chá servido numa chávena enorme, de uma enorme chávena de chá para beber na solidão do meu sofá, de ler um livro enroscada na manta, de ouvir uma música nova com tudo fechado mas a olhar o mar, de um chocolate quente cheio de espuma, de uma botija de água quente a aquecer-me os pés, das outras mãos a aquecerem as minhas, do silêncio, de um banho quente, do filme certo na hora certa, do olhar ternurento da Eva que nunca se cansa de mim e que quer sempre mais, da vista da minha casa na qual por vezes me perco a procurar novos ângulos, do quadro do Pierrot que olha por mim, de ler o jornal pela manhã quando estou sem pressa e tenho uma chávena de café a aquecer-me a mão, do braseiro na casa dos meus avós, de ler em frente à lareira, de jogar um qualquer jogo dentro de casa quando faz frio lá fora, do Outono.

Monday, November 27, 2006

Mário Cesariny partiu...


...e ficámos mais pobres. Hoje de manhã, sintonizando a TSF ouvi, na inconfundível voz do Fernando Alves, um dos poemas que mais gosto de Cesariny.

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco


Mais uma vez, lembramo-nos de quem morre esquecendo-nos de quem vive...

Sunday, November 26, 2006

Dançar na corda bamba...

A vida é como uma corda
De tristeza e alegria
Que saltamos a correr
Pé em baixo, pé em cima
Até morrer

Não convém esticá-la
Nem que fique muito solta
Bamba é a conta certa
Como dança de ida e volta
Que mantém a via aberta

Dançar na corda bamba
Não é techno, não é samba
É a dança do ter e não ter
É a dança da Corda Bamba

Salta agora pelo amor
Ele dá o paladar
Mesmo que a tua sorte
Seja a de um perdedor
Nunca deixes de saltar

Se saltares muito alto
Não tenhas medo de cair (baby)
De ficar infeliz
Feliz a cem por cento
Só mesmo um pateta feliz

Dançar na Corda Bamba
Não é techno, não é samba
É a dança do ter e não ter
É a dança da Corda Bamba

Clã

Chegou!

A Fnac chegou à Madeira.

Durante meses falou-se disso. Uns mais cépticos outros mais crentes. Uns mais felizes, outros menos. Mas penso que muito poucos, ou nenhuns, indiferentes.
Eu incluo-me no grupo dos muito felizes, em extâse e por vezes eufóricos. E não tenho vergonha disso.

Friday, November 24, 2006

Sabedoria Popular II...

Aves da mesma plumagem, voam juntas...

Sabedoria Popular...

Depois de mim virá, quem bom, de mim fará...

Thursday, November 23, 2006

Estamos em contagem decrescente...



...e já se sente no ar o espírito natalício....ou sinto eu, que tenho tendência de viver esta época como se ainda tivesse 5 anos.

Wednesday, November 22, 2006

Ser mulher...

Collants é com certeza a peça de vestuário mais enervante que pode existir. É caríssima tendo em vista a peça que realmente é e, ainda por cima, tem um ciclo de vida curtíssimo por vezes quase inexistente.
Há sensação pior (com certeza que há mas sabem que quando tentamos demonstrar uma ideia somos, frequentemente, fundamentalistas!) do que umas collants inutilizadas ao tirar da embalagem ou ao vestir???!!!

Monday, November 20, 2006

Leituras XIII: Brincadeiras de crianças...



...de Carmen Posadas, é uma verdadeira caixinha de surpresas.

Há já alguns anos atrás li o Pequenas Infâmias incentivada por uma amiga minha que trabalhava na editora portuguesa que tinha a seu cargo a publicação desse romance estreia desta escritora uruguaia a residir em Espanha. Algum tempo depois, a M. ofereceu-me o segundo livro da escritora, o 5 Moscas azuis que, recordo-me, levei mais tempo a ler do que o anterior.
Agora, tanto tempo depois, sou surpreendida com este Brincadeiras de crianças, num registo que não esperava desta escritora. Surpreendeu pela positiva, com esta história que a crítica compara às histórias de Agatha Christie. E eu contentíssima, porque sou fã incondicional de Hercule Poirot.
A narradora criada por Posadas, Luisa d´Avilla, confunde-se com a personagem do seu livro. Ou seja, o personagem central é uma escritora que escreve livros policiais. A história do livro de Carmen Posadas confunde-se e mistura-se com a história do livro de Luisa D´Avilla e esta, confunde-se com o personagem central desse livro, Carmen O´Inns.
Intriga e suspense na dose certa, num livro que nos prende até à última página.

Friday, November 17, 2006

Ideais sonhados...

Não sei por culpa de quem, ou se de alguém sequer, mas a verdade é que a imagem feminina tem que suportar um peso que a masculina não tem. Não sou contra a vaidade e nunca pensei que uma mulher bonita ou que gostasse de se arranjar fosse, obrigatoriamente, fútil ou desinteressante. Já ouvi esta última teoria várias vezes...
Pensando nos ícones de beleza feminina da história, raras vezes consigo apontar uma "mulher perfeita". Atenção que me refiro à perfeição física. A Audrey Hepburn era elegante mas não linda de morrer e não correspondia aquele ideal de beleza que na época era idolatrado. A Marilyn Monroe tinha uma cara de anjo mas se fosse hoje em dia não punha o pé em cima de nenhuma passerele antes de se submeter a uma dieta rigorosa. A Gisele Bundchen ficou em 3º lugar num concurso da Elite Model Look porque o juri não gostava do seu nariz...e os exemplos sucedem-se.
Curioso é observar também que o que o modelo de uma mulher bonita não é coincidente para o público masculino e feminino. Experimentem testar isto com os vossos amigos e verão que tenho razão. Raras vezes concordei com amigos meus sobre a mais bonita. Porque os nosso ideais são diferentes e talvez porque os nossos propósitos também o sejam. Por isso acho que o ditado do há gostos para tudo é mesmo aplicável.
Isto a propósito de uma notícia que li esta manhã sobre uma manequim brasileira que morreu, vítima das consequências da anorexia....
Que ideais são estes que levam uma pessoa a este extremo. E como a Ana Carolina, com certeza existem tantas que sonham um sonho que não existe. Porque passam a vida a perseguir o inatingível...

Wednesday, November 15, 2006

Leituras XII: A vida feliz do jovem Esteban...


...de Santiago Gamboa foi-me dado de mão beijada. Perdão, emprestado de mão beijada, assim é que foi. Fui a 5ª pessoa a ler aquele livro, conslusão fácil de tirar pelo quadro em papel colado na primeira página. O quadro da Corrente de Leitura, uma espécie de Book Crossing criado por um grupo de professores.
Agora vou ter que passá-lo a alguém, mas antes, só dizer-vos que não podem passar ao lado desta história da vida feliz do jovem Esteban. Uma história contada na primeira pessoa que retrata desde o nascimento, na colômbia, até ao momento actual em que o escreve, já em Paris. O jovem Esteban, umas vezes mais feliz que outras, tem uma vida quase comum, e talvez por isso leve o leitor a identificar-se com alguns dos sentimentos. Mas tem uma vida comum cheia de histórias, que podiam ser as nossas, as dos nossos amigos...

Esta é pois a minha história. Talvez noutras vidas fosse possível encontrar factos mais memoráveis, mas esta que acabo de relatar é a que eu tive. A única que ainda tenho. Ninguém tem a obrigação de viver grandes vidas e dizem que, em todas, há um ou dois momentos que a justificam. Eu espero que seja assim, ainda que não esteja seguro de os ter encontrado.

Tuesday, November 14, 2006

Diabo a 4...


Precavida do pequeno contratempo de ontem, resolvi assegurar os bilhetes para a sessão de hoje. Depois de uma breve pesquisa no google verifiquei que a minha memória ainda está aqui para as voltas e que não me enganei na crítica que tinha lido ao filme Diabo a 4 da realizadora brasileira Alice de Andrade.
Ainda fiquei mais curiosa em relação ao filme depois de ler uma entrevista em que fala do seu papel como realizadora, da forma como vê o cinema brasileiro e da origem da expressão que dá nome ao filme que marca este segundo dia do Festival Internacional de Cinema do Funchal.
Mas a verdade é que a minha boa disposição também se prende com o facto de ter descoberto que o filme que ontem perdi por não ter conseguido comprar bilhetes, vai estrear esta 5ª numa sala de cinema perto de mim!

Será?...

Maybe our mistakes are what make our fate. Without them, what would shape our lives? Perhaps if we never veered off course, we wouldn't fall in love, or have babies, or be who we are. After all, seasons change. So do cities. People come into your life and people go. But it's comforting to know the ones you love are always in your heart. And if you're very lucky, a plane ride away.

Monday, November 13, 2006

Paris Je T´aime...


Daqui a menos de uma hora este filme vai abrir o Festival Internacional de Cinema do Funchal e eu não consegui um lugarzinho para estar lá. Parece que os madeirenses, em peso, resolveram gostar de cinema e de cinema francês. Onde estavam estes cinéfilos quando a sala do Cine Max dava sessões para 1 ou 2 espectadores?...
Espero que não tenha ficado sem entrada para depois haver lugares vazios pelos convites enviados a quem acaba por, invariavelmente, não ir....
Tenho pena de não ver este filme composto por 20 short stories assinadas por vários realizadores...
Vou tentar ir amanhã ver o Diabo a 4 que , se não estou em erro, é um filme brasileiro sobre o qual li qualquer coisa há uns tempos atrás. Boa crítica do que me lembro e com uma jovem realizadora promissora e uma jovem actriz que conheço de alguns programas de televisão. Isto, claro, se a memória não me falha...

Thursday, November 09, 2006

Elas vão...

...e eu vou acompanhá-las ainda que só em pensamento. Entretanto vou participando também dos preparativos, expectativas e tudo o mais, por aqui...

Já tinha saudades...

...das coisas simples.

Da felicidade do reencontro. De um jantar que se marca por si só. De não dar pelo tempo passar. De rir de mim mesma. De rirem comigo. De dar uma gargalhada espontânea.

Thursday, November 02, 2006

Oh tempo....


Voltei a abastecer-me de stimorol ontem no aeroporto. Prática recorrente desde que deixaram de os comercializar em Portugal. Eu sugiro que nos juntemos em prol do stimorol!