Kit felicidade, alguém sabe onde vendem?
Que a vida dá muitas voltas, já todos sabemos, até aqui nada de novo. Mas porque é que às vezes tem que ser, para além de imprevisível, traiçoeira? Porque acontece muitas vezes fazermos planos, contarmos com o ovo no cu da galinha, para depois, do nada, puuuf....como que por magia, tudo desaparecer. E aí, os planos, hum?
Dei comigo a pensar nisto esta tarde, à conta dos planos de vida futura de uma amiga minha. E depois, nem de propósito, li uma entrevista numa daquelas revistas dos semanários - que cada vez mais se vendem ao light do social - em que uma jovem e bonita rapariga assumia que tinha objectivos de vida mas que não fazia planos para a melhor forma de os atingir. Uma espécie de Quando lá chegarmos logo se vê. Confesso que sinto alguma atracção por esta filosofia quanto mais não seja porque sempre me disseram que penso demais...Entao, matutei enquanto lia a revista num sentimento que misturava vontade de pensar menos com atingir objectivos de vida e cheguei à conclusão de que mesmo me parecendo utópico me parece também ter potencial para ser uma fórmula vencedora.
Sempre que leio estas entrevistas e fico com uma ponta de inveja por vidas tão "perfeitas" lembro-me da M. que, habituada a esse meio, sempre que vislumbrava este meu sentimento a despontar bradava com um: "Esses? Nem se falam" ou "Apaixonados e felizes? Deixa-me rir, ele anda com a da caracterização e ela anda metida com o operador". E eu franzia o sobrolho e pensava: Mas parecem tão felizes....
Qual coincidência, num outro título com o qual me esbarrei, uma outra figura da TV nacional fazia capa com Quando tiver 30 anos quero estar casada e com filhos. Ri-me. Quando temos 16 achamos que somos imortais; Quando temos 20 achamos que para chegar aos 30 falta uma eternidade e que nessa altura a nossa vida estará completamente suportada em bases sólidas que consistirao num casamento feliz, filhos, uma casa e carro na garagem. Como se este kit estivesse à venda na prateleira entre a Vogue e o Gin.
3 comments:
A felicidade é um movimento, ora fazemos parte ora não... é fácil projectar esse sentimento nos outros, identificá-lo, às vezes desejá-lo, sem na verdade sabermos das sombras escuras que os habitam. A felicidade é um vaivém, perpétuo mas subtil, mas é sobretudo uma conquista permanente em nós e nos outros. Para os outros.
:)
Ao menos podemos comprar o "gin, já ajuda um pouco... ;)
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