Não posso adiar o coração....
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa, 1974
Foi no outro dia, a propósito de uma conversa com a D. que encontrei este poema, "perdido" entre os 2001 poemas da Rosa do Mundo.
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa, 1974
Foi no outro dia, a propósito de uma conversa com a D. que encontrei este poema, "perdido" entre os 2001 poemas da Rosa do Mundo.
Li, reli, voltei a ler. Como é possível dizer tanto, escrevendo tão simples.
É ainda mais flagrante quando é lido em voz alta, mas para nós mesmos. Experimentem.
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