Leituras XVII: Fahrenheit 451...
...de Ray Bradbury veio parar-me às mãos numa das minhas habituais conversas sobre livros. Veio literalmente parar-me às mãos porque a A. (penso eu que vendo os meus olhos a brilhar de curiosidade por ler aquele livro) teve a ideia de mo emprestar.
É um livro fabuloso que encontrei depois na Fnac numa prateleira muito escondida classificado como Ficção Científica o que de certa forma (não sei se por preconceito meu) me surpreendeu pela negativa. Ainda mais agora depois de o ter lido que fico com uma enorme vontade de ligar para lá e avisar (sim, porque eles têm que saber) para que o coloquem num lugar de destaque porque é um livro que com certeza vai atrair a atenção dos leitores mais distraidos.
A acção do livro passa-se num determinado país, num tempo futuro em que os livros deixaram de existir. Mais, um tempo em que os livros passaram a ser pecados, proibidos. As pessoas vivem na realidade que lhes é dada e esqueceram o tempo em que se ria, em que se sabia do resto do mundo, em que se vivia. Existem os bombeiros mas estes homens no livro de Bradubury não têm a função de apagar fogos mas sim de queimar livros. São homens que deliram com o cheiro de querosene. Queimam os livros e quem resiste e tenta lê-los porque os consideram uma ameaça para a Sociedade. Vem daqui o título do livro: Fahrenheit 451 é a temperatura a que queima o papel....
O personagem central é um destes bombeiros que um dia conhece uma rapariga que lhe fala "do tempo em que havia livros". A partir daí e depois de ler um poema, põe em causa as paredes falantes da sua casa, a familia virtual que toma como sua.
É um livro extraordinário sobre um tempo em que as pessoas tinham que decorar e encarnar os livros que gostavam, destruindo-os depois.
Não se esqueçam: Fahrenheit 451. Comprem, peçam emprestado, façam como acharem melhor, mas leiam-no.
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