Especificidades...
Se é madeirense e, perante um, Olá tudo bem, responde, sim, é sinal de que está na ilha errada. Verdade verdadeira. É que é impossível. Essa espécie naõ existe, a não ser que seja um madeirense tresmalhado.
Imagine o que é, ir na rua, na hora de almoço, algo apressada e encontra aquele antigo colega de trabalho e entre os dois beijinhos da cerimónia acaba por peguntar - Então, tudo bem? - ao que ele responde, encolhendo os ombros, - ah...mais ou menos- e é então que a vida continua porque aquela paragem foi uma daquelas, paro, não paro? - Pois, bom, então até à próxima!!
Isso ou ir ao banco, onde está o senhor que nos atende sempre, que sabemos o primeiro nome dele a muito custo de memória e porque até nos dá jeito e peguntamos enquanto ele vai fazendo no computador o que pedimos - Então Sr. Orlando, tudo bem? - ao que ele responde sem sequer tirar os olhos do ecrão - Humm...não, nem por isso.
Mas na verdade estas pessoas não fazem a mínima intenção de contar o que lhes corre mal, provavlemente porque na maioria dos casos nem elas sabem bem. É genético. Há para ali uma célula qualquer que os impede de dizer: Sim tudo bem, mesmo que esteja a passar um drama. Porque convenhamos nós quando perguntamos também não queremos propriamente saber o que se passa de mal. É a perguntinha de fingir, tipo a do tempo. É mesmo mais para encher a conversa.
É especificidade da ilha. Deve ser da humidade.
4 comments:
Pois olha que que me contaram outra versão da história pois também a mim me faz muita confusão perguntar se está tudo bem e responderem sempre "mais ou menos"..é que essas mesmas pessoas, estejam bem, muito bem, mal ou mais ou menos, não querem mesmo é que lhes "deitem olhado"...vai-se lá perceber...
Estou a rir-me até agora...Muito boa explicação, talvez até melhor do que a "tudo mais ou menos..."
Aqui no Brasil é diferente: a situação pode estar indo de mal a pior, a vaca no brejo e o leite derramado, ao ser perguntado "e aí, tudo bem?" o brasileiro geralmente dá um sorriso e responde :
-Tudo beleza!
imagina isso quando se é psicóloga... "já agora... ainda bem que pergunta... o meu filho ainda faz xixi na cama..."
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