Monday, July 10, 2006

Xiiiii...que mau feitio!

Se há uma coisa que tenho vindo a aprender é que "guardar" certas coisas para mim mesma, não compensa. Porque vou guardando, guardando, acumulando, acumulando. Mas bem pela calada, quase em voto de silêncio, porque senão não há sentido nenhum em estar calada. Claro. Mas chega o dia, normalmente inesperado, normalmente sem hora agendada, em que por um motivo qualquer, resolvo dizer, até de forma subtil - sério que sim, muito subtil para o que de facto me apetece dizer - e lá partilho 0,0000001 do que tenho estado a guardar e o resultado - Fogo, que mau feitio que tens!! E eu não vou propriamente explicar que já tinha vontade de dizer aqueles 0,0000001 há mais de dois meses. Nessa altura do campeonato só serveria para deitar axas à fogueira e, apesar do que possa parecer eu até estou a ser comedida...
E eu, confesso já não consigo trabalhar com o meu colega do lado a teclar como ser o mundo fosse acabar daqui a 7 minutos ou como se o teclado fosse o seu pior inimigo. Para vos dar uma pequena ideia, as mesas, que estavam juntas, tiveram que ser separadas caso contrário a minha parecia um barquinho à vela a navegar no meio do Atlântico Norte, em plena tempestade.
Põe os auscultadores e ouve música, diz ele.
Dah - penso eu na mais básica e destestável expressão jamais inventada - já experimentei. Só que o resultado é uma dor de cabeça daquelas que nos faz pensar que a nossa cabeça é um court de ténis, porque tenho que pôr a música tão alta que desisti no volume 9 quando habitualmente ouço no 2.
Mas calei, claro, não vou culpar o colega pela minha surdez, não é...

6 comments:

Cláudia said...

olha
eu tive um colega de trabalho, que sentava ao meu lado, que se achava a bala que matou o Kennedy e ficava ligando pra tudo quanto era menina que ele conhecia na vida, paquerando.
Um dia o papo foi sobre o silicone que a criatura do lado de lá da linha tinha colocado. Não aguentei e mandei ele ir ligar de qualquer outro lugar no mundo, menos dali do meu lado.

Anonymous said...

É muito madeirense acumular em silêncio e depois explodir no final. Só se ganha coragem para fazer alguma coisa que incomoda quando a emoção toma conta da razão. Só emotivamente reagimos, como se a emoção o justificasse, como se fosse um alibi. "Já não podia mais!" ou "Ninguém aguentava tal coisa!"
Grandes explosões emotivas deixam danos à volta porque são disparadas palavras que não controlamos. Perde-se a eventual razão que se tenha porque tudo é exagerado. Mais vale dizer o que há a dizer e fazer o que há a fazer enquanto dominados pela razão. De forma preventiva e sem danos colaterais indesejados.

lenca said...

Cláudia,

De facto, dá vontade de dizer: É dose!

Olho de fogo,

Concordo que há coisas que não podem deixar de ser ditas sob pena de que, quando o são, são-no de uma forma muito forte. Não é o caso das que aqui menciono :) que não passam de meras brincadeiras...

Anonymous said...

que tal arranjares uns hábitos tb irritantes como pintar as unhas, decorares o gabinete com bonequinhos cor de rosa, teres um toque de telemóvel irritante, comeres batatas fritas, pôr um ambientador com cheiro a baunilha, uma tamagotchi esfomewado, um espanta-espíritos, incenso, tirares os sapatos, fazeres ginástica no chão do gabinete, postais do dia dos namorados expostos... às vezes a vingança sabe bem e é uma forma dos outros perceberem que não estão sozinhos!

lenca said...

Cláudia,

O dificil entre tantas boas sugestões, será escolher!! :) Mas adorei as do espanta espíritos e ambientador de baunilha! Quem sabe...

Ana Téjo said...

Lenca,
Vou ficar com a minha bocarra bem fechada aqui porque também tenho o (mau) hábito de digitar como se o mundo fosse se acabar daqui a meia hora. É mais forte do que eu.
Sobre as idéias excelentes da Catarina, eu incluiria ainda lixar as unhas ou palitar os dentes ruidosamente, logo após o almoço. Há de dar certo.
Beijos,