Sunday, April 30, 2006
Hoje até não me importava de ser atropelada por uma aspirina...
Escrito devagar pela
lenca
a
30.4.06
0
leituras
Friday, April 28, 2006
"Laocoonte, rimas várias, andamentos graves"...
Escrito devagar pela
lenca
a
28.4.06
0
leituras
Thursday, April 27, 2006
O Beijo...
Escrito devagar pela
lenca
a
27.4.06
0
leituras
Wednesday, April 26, 2006
Leituras V: O Duplo...
... de Fiodor Dostoievsky.
Escrito devagar pela
lenca
a
26.4.06
0
leituras
Labels: Livros
A propósito de um jogo de Trivial voltei a lembrar-me de Hopper...
Sempre gostei deste quadro de Hopper porque acho que podemos perder-nos durante horas a imaginar a história deste homem e desta mulher: o que fazem ali, já se conheciam, encontraram-se casualmente? O homem de costas, ouve a conversa, observa-os? O empregado?
Como acabará esta história?
Escrito devagar pela
lenca
a
26.4.06
0
leituras
Friday, April 21, 2006
Feira do Livro do Funchal...
Escrito devagar pela
lenca
a
21.4.06
1 leituras
Thursday, April 20, 2006
Livro de Horas...
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão ao leme da nau
Nesta deriva em que vou.
Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais,
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.
Me confesso
O dono das minhas horas
O dos facadas cegas e raivosas,
E o das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.
Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser um anjo caído
Do tal céu que Deus governa;
De ser um monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!
Miguel Torga
Lembrei-me deste Poema de Miguel Torga quando pensava numa querida amiga minha que passa agora uma fase dificil na busca da sua felicidade. Talvez lendo as palavras deste grande poeta consiga compreender que todos somos pecadores e que a felicidade é uma luz que temos que perseguir e deixar que nos ilumine porque sem esse calor ficamos frios, com o corpo e a mente dormente, como que insensíveis ao toque.
Escrito devagar pela
lenca
a
20.4.06
1 leituras
Wednesday, April 19, 2006
Já não se pode com IV...
....aqueles que querem agradar a todos, os que vulgarmente dizemos que "querem agradar a gregos e a troianos".
Escrito devagar pela
lenca
a
19.4.06
2
leituras
Tuesday, April 18, 2006
Esta é minha...
Esta não foi "roubada" na Internet, é mesmo minha e aqui fica. Quem sabe para ser roubada por outros...
Escrito devagar pela
lenca
a
18.4.06
2
leituras
Cinema I: Capote...
Escrito devagar pela
lenca
a
18.4.06
0
leituras
Leituras IV: O Fio da Navalha
Aproveitei as férias para ler.
Escrito devagar pela
lenca
a
18.4.06
1 leituras
Labels: Livros
Wednesday, April 12, 2006
Friday, April 07, 2006
Já não se pode com III....
...Falsos moralistas.
Escrito devagar pela
lenca
a
7.4.06
0
leituras
Leituras III: Bonjour Tristesse
Escrito devagar pela
lenca
a
7.4.06
0
leituras
Labels: Livros
Thursday, April 06, 2006
A propósito do "Mulher em Branco"...
...o último livro de Rodrigo Guedes de Caravalho, que entre tantas, deixa a pergunta, "para onde vão os amores que foram um dia"?
Escrito devagar pela
lenca
a
6.4.06
1 leituras
Wednesday, April 05, 2006
Tuesday, April 04, 2006
Já não se pode com II...
...aquelas pessoas que acham que a culpa é sempre dos outros.
Escrito devagar pela
lenca
a
4.4.06
0
leituras
Candy Shop
Os caramelos de fruta da Penha (quem não se lembra destes míticos rebuçados?!) dão o mote à exposição de Ricardo Barbeito que pode ser visitadas até 24 de Abril no Salão Nobre do Teatro Municipal Baltazar Dias.
Logo à entrada, a cortina, feita de fios cheios destes caramelos de todos os sabores - mirtilo, banana, alperce, morango, cereja, laranja, ananás - é para ser, literalmente, comida pelos visitantes. À entrada ou à saída podemos tirar livremente um daqueles caramelos da porta. A verdade é que acabamos por fazê-lo sempre de esgueira, de olhar atento a ver se alguém nos observa, porque o sentimento de que estamos a fazer alguma coisa de errado não nos larga.
Portanto, originalidade não lhe falta.
Mas atenção, que talento também não.
Nos quadros - com pinturas, com colagens, com montagens - a presença feminina é uma constante. A figura da mulher que nos lembra a década de 70, muito colorida, muito arranjada, com o cabelo armado e o sorriso perfeito, está lá, num jogo de cores que ora nos surpreende fazendo-nos perder mais tempo a analisar esta ou aquela peça, ora nos cativa à primeira vista sem sombra para dúvida: Gosto!
É uma exposição a não perder. Eu estou tentada a ficar com um dos quadros, porque os preços não são obscenos e estou em crer que este rapaz ainda vai dar que falar. Quero o quadro do limão!!
Aproveitem e, numa paragem no café do teatro, subam as escadas e visitem esta Candy Shop até 24 de Abril.
Escrito devagar pela
lenca
a
4.4.06
2
leituras
Monday, April 03, 2006
Tenho que parar de...
Com a chegada destes dias mais longos, deixo de lado o ginásio e começo a aproveitar os fins de tarde para ir andar a pé ao som do meu estado de espírito, com a música que escolho ouvir no meu ipod. No percurso que habitualmente faço encontro vários tipos de pessoas, muitas senhoras já de meia idade que andam freneticamente, normalmente aos pares, outras até mais velhas, com o seu porta moedas na mão, segurando-o com tanta força como se ele estivesse a debater-se por se escacapar por entre os seus dedos. Encontro tambén alguns homens, normalmente acompanhando uma mulher, eles com a barriga que caracteriza aquele tipo de homens que se deixaram vencer pela rotina de um sofá, elas com a expressão de quem os conseguiu arrastar de casa, muitas vezes olhando-se uma ao outro como se não reconhecessem na pessoa ao seu lado, aquela com quem casaram há 20 anos.
Mas todos estes, apesar de terem muito por onde falar e escrever, não prendem a minha atenção para além destas considerações que aqui faço.
Todos os dias quando vou e volto a pé para casa, num passeio de fim de tarde, ouvindo o som do meu estado de espírito no meu ipod, cruzo-me com um rapaz que está, invariavelmente num de dois locais: ou encostado junto à fonte, ou sentado no banco de madeira. De todas as vezes que passo por ele, baixo os olhos, desvio o olhar e sinto-me culpada.
Nunca o vi a falar com ninguém, nunca o vi a sorrir, nunca o vi com vontade de sair de um daqueles dois locais para ir para um qualquer melhor sítio, para uma qualquer melhor companhia. Passo por ele sempre a caminho da minha descontracção, ou no regresso a casa. Sempre com um objectivo.
Lembro-me dele ter andado na minha escola primária, lembro-me de que nessa altura brincávamos todos no recreio. Não me lembro de lhe conhecer família
Não sei onde mora, penso que não tem um tecto.
Eu tenho, tenho uma vida. E sinto-me culpada.
E todos os dias baixo a cabeça.
Escrito devagar pela
lenca
a
3.4.06
1 leituras
Leituras II : Aconteceu na Argentina
A propósito do post anterior recordo um livro que li, "Aconteceu na Argentina" de Lawrence Thornton que ganhou em 1987 o Prémio Ernest Hemingway.
Não sei se conhecem a história da chamada Ditadura dos Generais que durante muitos anos fez com que a Argentina vivesse soterrada no terror. O livro mostra-nos, a cada virar de página, não apenas uma descrição desse terror vivido por tantos mas também, e sobretudo, as histórias de esperança, de não desistir que foram sobrevivendo ao passar dos dias, dos meses, dos anos…
É uma luta de sentimentos. Por um lado temos a visão de quem foi sequestrado, levado pelos generais, por outro temos a visão dos que ficam, que ora optam por ir atrás, por protestar (passando muitas vezes a serem eles os sequestrados) e oram optam por se render ao silêncio do sofrimento. Porque não há sofrimento maior do que aquele vivido, sentido em silêncio.
Depois, é ver a sucessão de cenas, quase imagens fotográficas que passam à frente dos nossos olhos, de leitores, graças à capacidade descritiva de Lawrence Thornton. Imagens que às vezes são marcantes, incisivas, como películas antigas que nos levam a ser uma presença oculta, que não se vê mas que se sente, numa qualquer sala de tortura, onde os cabos eléctricos perpetuam choques constantes nos corpos nus daqueles homens, daquelas mulheres.
A Argentina ainda hoje reflecte muito isso, apesar de terem passado tantos anos (a ditaura dos generais na argentina ocorreu durante as décadas de 60/70). Todas as quintas feiras, algumas das "Mães de Maio" vão manifestar-se na praça em frente à Casa Rosada num protesto silencioso pelos filhos, maridos que perderam. Já o faziam durante a Ditadura, empunhando cartazes com os nomes, fotografias dos que tinham perdido mas ainda guradavam esperança de rever. Na maior parte dos casos isso não voltou a acontecer.
Escrito devagar pela
lenca
a
3.4.06
0
leituras
Labels: Livros
Sunday, April 02, 2006
Viagens II: O mundo do fim do mundo
A Patagónia...
Apesar do cenário que parece ter sido, pintado à mão, esta imagem é real. Retrata o amanhecer no Parque Nacional do Perito Moreno, em Cafalafate, na Patagónia Argentina.
Acho que foi a minha primeira viagem a uma "imensidão do nada" como lhe chamo. Sempre tinha viajado pelas cidades, habituada a ficar deslumbrada com grandes edifícios, com catedrais, a apreciar os pormenores da arte. O mundo do fim do mundo (usando um dos títulos do Sepulveda) é de tirar a respiração, mas pela imponência do vazio.
A Argentina é um país a não perder mas por favor não se fiquem por Buenos Aires. A "Paris" da América do Sul é fabulosa, sem dúvida, mas não percam o sul. Patagónia, as pamplas, Bariloche...
O norte também é bonito, as Cataratas podem ser vistas dos dois lados da fronteira, Brasileiro e Argentino. No primeiro estamos nas cataratas, no segundo temos uma visão mais afastada.
Mas, mais impotante que tudo, escolham uma boa companhia. Porque este é um daqueles destinos em que não vão conseguir ver tudo por mais tempo que tirem de férias e não querem perder tempo a discutir o que vão fazer, o que vão ver.
Uma viagem ao fim do mundo não se faz para isso, faz-se para "indo ao fim do mundo, ir ao fundo de nós"...
Escrito devagar pela
lenca
a
2.4.06
1 leituras
Já não se pode com...
...Pessoas que acham que têm uma opinião formada sobre tudo. Que cansativo termos que ouvir um especialista em cinema, um especialista em literatura, um especialista em desporto, um especialista em geografia, um especialista em psicologia....e tudo numa só pessoa. Poderia muito bem ser uma maravilha da genética mas não é: tal especialista não existe.
O que aconteceu ao prazer de aprender ouvindo quem sabe um pouco mais que nós?
No meu ranking, logo a seguir, separado por milésimas de um ponto, vêm os que acham que devemos mudar e em vez de assim, fazer assado ou cozido. Normalmente, estes últimos, reunem ainda a tendência de iniciar todas as frases com "eu sou ...".
Lembrei-me disto a propósito do episódio de ontem do Sexo e a Cidade em que a Carrie dizia qualquer coisa como "You shouldn't have to sacrifice who you are just because somebody else has a problem with it" (não confundir com devemos manter os nossos defeitos até que a morte nos separe deles. Não, por favor não.).
Mas é isto, protestemos contra as pessoas que acham que "deviamos ser mais assim, ou um pouco mais para a direita, levantando um pouco mais a mão". É que já não se pode com essas pessoas.
Escrito devagar pela
lenca
a
2.4.06
2
leituras
Músicas: Lisboa que adormece
Não tenho grande sensibilidade musical. Rarissimas vezes me recordo do nome das músicas ou dos cantores. Mais dificil ainda é dar um nome a um som: quem canta?... Mas gosto de ouvir música, gosto muito de escolher um som para um estado de espírito.
Uma das minhas mais recentes descobertas (para não lhe chamar vício...) é o album "Lisboa que adormece" de Paula Oliveira & Bernardo Moreira. São 11 músicas mais que conhecidas por nós todos, mas na voz de outros. Os sons também são muito diferentes, têm aquela melancolia suave do jazz. Não o puro mas um mais recente, mais doce como o iniciado com a corrente "Diana Krall".
Entre as 11 temos "E depois do Adeus", "No teu Poema", "Uma flor de verde Pinho" , "Invenção do Amor" ou a "Canção Triste" com letra de Ary dos Santos:
"Sou eu! sou eu!
Aquele que se ergueu
Para além das montanhas e do mar
E que às nuvens distantes foi buscar
A incógnita do sonho e da poesia.
Fui eu
Que me deixei pregar,
Numa cruz de mentira e de tristeza
E é a minha voz com que a noitinha reza
O De profundis do luar
Sou eu!sou eu!
Aquele que chorou
Numa amargura louca e indefinida.
O único que a morte não levou,
Depois de ter morrido para a vida."
Mas o conjunto, das letras&sons é mesmo o que mais vale a pena.
Experimentem, pode ser que depois de ouvir se deixem encantar como eu...
Escrito devagar pela
lenca
a
2.4.06
0
leituras
Saturday, April 01, 2006
Viagens: Vista sobre NY
Foi tirada há pouco mais de um ano numa viagem que fiz sozinha a Nova Iorque. Viajar sem companhia é uma mistura de um sem número de sensações, de sentimentos. Não sei agora porque o quis fazer, não me lembro bem. Mas do que me lembro, com clareza, foi de ter achado que iria ser a resposta para tantas questões que me assombravam. Como se a distância física alguma vez tivesse tido o poder de resolver algum problema. Adiante.
Viajar sozinha, dizia eu, foi uma experiência emocionante, inegualável. Resultou em Nova Iorque, porque andei no meio da multidão, no meio da cidade que (é verdade) não dorme. Fui aos museus, fiz os percursos turísticos, entrei nas lojas da 5ª avenida, fui a espectaculos da Broadway, tudo. Sozinha. E sabem que mais, não o preferia ter feito com nenhuma outra companhia que não a minha. Mas também reconheço: não foi a resolução para nenhum problema. Foi sim, um periodo suspenso no tempo, em que não tive que falar com ninguém, em que não tive que me explicar a ninguém, em que não tive que andar ao sabor de nenhum outro ritmo que não o meu. E isso é qualquer coisa de indescritivelmente delicioso.
Escrito devagar pela
lenca
a
1.4.06
2
leituras
Leituras: A última lição
Acabei de ler um dos livros de Noelle Châtelet, penso que o único com tradução para o português, pelo menos que eu conheça.
É um livro surpreendentemente. No início é surpreendente porque desperta um sentimento de intriga, "mas que história absurda", mais para a frente, com o passar das páginas passa a ser surpreender pela tristeza que causa. É tão triste quanto real. Fez-me lembrar o "Em Nome da Terra", um dos livros que mais me marcou.
A última lição segue os passos de Mireille Jospin, que aos 92 anos, nem doente nem mentalmente diminuida decide pôr fim à vida, com data anunciada aos quatro filhos. O livro é o relato dessa decisão, um relato tão fluido tão forte que consegue pôr-nos, leitores, a criar imagens do que vamos lendo. As gavetas que arruma, as fotografias que vê, as recordações que lhe assolam a memória.
É uma comovente história de amor: de uma mãe com a sua filha (porque apesar de ter três filhos, a história é contada, na primeira pessoa, por uma das filhas), de uma mulher com a sua vida. É um hino à vida, na sua plenitude.
"É talvez no momento em que somos outra pessoa que acabamos por ser nós próprios."
Nota: Não sei se importará dizer, mas atrairá com certeza mais atenção para este livro, que esta mãe, Mireille Jospin, era a mãe do antigo Primeiro-ministro Francês, Lionel Jospin....
Escrito devagar pela
lenca
a
1.4.06
0
leituras
Labels: Livros