Leituras III: Bonjour Tristesse
No outro dia a Catarina perguntava-me sobre um livro, romance, que retratasse a adolescência de alguma forma. Lembrei-me de imediato do "Bonjour Tristesse" de Françoise Sagan, só depois dei comigo a tentar relembrar a história para tentar perceber qual ao certo essa ligação.
É um pequeno livro, daqueles que se lê de uma enfiada, que retrata um verão de uma pequena família algo atípica: o pai, um bon vivant; a filha, narradora da história, uma adolescente que parece que se sente num paralelo suspenso do tempo, em que acha que tudo o que faz é permitido e que não interefere com a vida dos outros; a amiga da família que era amiga da mãe que já morreu e que, de certa forma, substitui essa figura maternal; a namorada do pai, uma criatura insegura, que com o ar fútil e adocicado, apenas quer agradar.
O cenário, uma vivenda isolada na costa do mediterrâneo onde passam o verão. A época, um verão quente com os seus dias longos. A história, uma história que poderia ser um episódio da vida de qualquer um de nós...
Mas não se deixem iludir quando falo em "simplicidade". Esta é, de facto, uma história marcante, por vezes mesmo cruel e deperta em nós um medo até de um dia, tomarmos a decisão errada.
"E depois, um dia, foi o fim. Somente quanto estou na cama, de madrugada, com o único barulho dos carros em Paris, a minha memória, por vezes, me trai. Chega o Verão com todas as suas recordações. Bonjour Tristesse..."
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