Tenho que parar de...
...achar que tenho o dever de mudar o mundo. Ou talvez não.
Com a chegada destes dias mais longos, deixo de lado o ginásio e começo a aproveitar os fins de tarde para ir andar a pé ao som do meu estado de espírito, com a música que escolho ouvir no meu ipod. No percurso que habitualmente faço encontro vários tipos de pessoas, muitas senhoras já de meia idade que andam freneticamente, normalmente aos pares, outras até mais velhas, com o seu porta moedas na mão, segurando-o com tanta força como se ele estivesse a debater-se por se escacapar por entre os seus dedos. Encontro tambén alguns homens, normalmente acompanhando uma mulher, eles com a barriga que caracteriza aquele tipo de homens que se deixaram vencer pela rotina de um sofá, elas com a expressão de quem os conseguiu arrastar de casa, muitas vezes olhando-se uma ao outro como se não reconhecessem na pessoa ao seu lado, aquela com quem casaram há 20 anos.
Mas todos estes, apesar de terem muito por onde falar e escrever, não prendem a minha atenção para além destas considerações que aqui faço.
Todos os dias quando vou e volto a pé para casa, num passeio de fim de tarde, ouvindo o som do meu estado de espírito no meu ipod, cruzo-me com um rapaz que está, invariavelmente num de dois locais: ou encostado junto à fonte, ou sentado no banco de madeira. De todas as vezes que passo por ele, baixo os olhos, desvio o olhar e sinto-me culpada.
Nunca o vi a falar com ninguém, nunca o vi a sorrir, nunca o vi com vontade de sair de um daqueles dois locais para ir para um qualquer melhor sítio, para uma qualquer melhor companhia. Passo por ele sempre a caminho da minha descontracção, ou no regresso a casa. Sempre com um objectivo.
Lembro-me dele ter andado na minha escola primária, lembro-me de que nessa altura brincávamos todos no recreio. Não me lembro de lhe conhecer família
Não sei onde mora, penso que não tem um tecto.
Eu tenho, tenho uma vida. E sinto-me culpada.
E todos os dias baixo a cabeça.
Com a chegada destes dias mais longos, deixo de lado o ginásio e começo a aproveitar os fins de tarde para ir andar a pé ao som do meu estado de espírito, com a música que escolho ouvir no meu ipod. No percurso que habitualmente faço encontro vários tipos de pessoas, muitas senhoras já de meia idade que andam freneticamente, normalmente aos pares, outras até mais velhas, com o seu porta moedas na mão, segurando-o com tanta força como se ele estivesse a debater-se por se escacapar por entre os seus dedos. Encontro tambén alguns homens, normalmente acompanhando uma mulher, eles com a barriga que caracteriza aquele tipo de homens que se deixaram vencer pela rotina de um sofá, elas com a expressão de quem os conseguiu arrastar de casa, muitas vezes olhando-se uma ao outro como se não reconhecessem na pessoa ao seu lado, aquela com quem casaram há 20 anos.
Mas todos estes, apesar de terem muito por onde falar e escrever, não prendem a minha atenção para além destas considerações que aqui faço.
Todos os dias quando vou e volto a pé para casa, num passeio de fim de tarde, ouvindo o som do meu estado de espírito no meu ipod, cruzo-me com um rapaz que está, invariavelmente num de dois locais: ou encostado junto à fonte, ou sentado no banco de madeira. De todas as vezes que passo por ele, baixo os olhos, desvio o olhar e sinto-me culpada.
Nunca o vi a falar com ninguém, nunca o vi a sorrir, nunca o vi com vontade de sair de um daqueles dois locais para ir para um qualquer melhor sítio, para uma qualquer melhor companhia. Passo por ele sempre a caminho da minha descontracção, ou no regresso a casa. Sempre com um objectivo.
Lembro-me dele ter andado na minha escola primária, lembro-me de que nessa altura brincávamos todos no recreio. Não me lembro de lhe conhecer família
Não sei onde mora, penso que não tem um tecto.
Eu tenho, tenho uma vida. E sinto-me culpada.
E todos os dias baixo a cabeça.
1 comment:
"Com a chegada destes dias mais longos, deixo de lado o ginásio"
I shall tell I told you so! :)
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