Thursday, May 25, 2006

Fixações


Compreendo que não houve infâncias perfeitas, e que todos nós (mais uns que outros)têm falhas no seu desenvolvimento, falhas estas que procuram durante toda a sua vida colmatar. Toda a gente sabe que os bebés durante os primeiros dias de vida "exigem" que a mãe satisfaça as suas necessidades, têm pouco poder de actuar e transformar o ambinte à sua volta. A imagem seria do bebé deitado, de boca aberta, à espera do leitinho da mãe, que se satisfaz por cumprir a sua função sem esperar nada em troca. O problema é que há pessoas que muitos e muitos anos depois têm a mesma atitude perante os outros e perante o mundo em geral: esperam muito, esperam por vezes tudo, reclamam quando não têm e o que recebem acham sempre que é pouco e que os outros não fizeram mais do que sua obrigação. Esta posição terrivelmente egocêntrica é muito engraçada nos bebés, mas é desesperante nos adultos, que tudo esperam, nada dão em troca, talvez por viverem na esperança de encontrar no mundo cá fora a "boa mãe" que lhes faltou no inicio... aquela que dá tudo, não espera nada em troca e olha enternecida para o filho que "tão indefeso e frágil" não pode lutar por si nem modificar o ambiente... (como devem imaginar, não me refiro aos pacientes, que procuram ajuda técnica para solucionar os seus problemas, mas a pessoas do nosso quotidiano, em relações ditas de "igualdade") É que até o meu filhote de 2 anos não precisa da papinha toda feita e sente prazer em ter alguma "luta" para conseguir os objectivos, ficando orgulhoso por consegui-los por mérito próprio... basta dar as "ferramentas" e deixa-lo saborear o prazer da descoberta!

1 comment:

Ana Téjo said...

É o que dizem: melhor do que dar o peixe, é ensinar a pescar.
JU...